A minha história

" Era uma vez..."

Adoro histórias que começam assim... elas lembram que o final, na maioria das vezes, é feliz. Pelo menos o final da história que irei lhes contar tem sido feliz. Na verdade, não há como ser final se tem apenas 15 anos de criação. Estamos no longo e próspero começo.

Eis que me apresento, meu nome é Priscilla. Minha vida clínica se resume há inúmeras pneumonias, várias crises de bronquite asmática, broncopneumonia, sinusites, otites, renites alérgicas, faringites, laringites, amigdalites, gastrites, artrite (quase toda a família dos ITES), tuberculose, sarampo, catapora, varicela, convulsões, infecções urinárias de último grau, desidratação (causada pela alergia à leite e seus derivados), problemas no olho esquerdo (nervo ótipco fraco), sopro inocente, disritmia, enfisema subcutânea em membros superiores (furei o pulmão, da cintura pra cima, parecia um isopor), depressões, paralisia parcial e temporária do lado direito e quase fui parar na fila de transplantes de medula. Isso lhes soa familiar?

Foram inúmeros os médicos consultados, e também inúmeros os diagnósticos. Contudo, em 1990, o Dr. Tornelli diagnosticou a minha Imunodeficiência Primária Congênita, causa de anos de sofrimento, anos sem uma direção. Hoje, em 2012, vivo uma vida normal - graças a uma admirável mulher e mãe, Marta, não apenas por ser a minha genitora, mas por ser ela a única pessoa que acreditou cegamente em minha melhora, que viveu para mim e por mim, que sonhou uma vida normal para mim e que agora colhe os frutos desta dura luta.

Não contente em achar o caminho para minha melhora, ela é a vice-presidente e uma das fundadoras da ANPIC – Associação Nacional de Imunodeficiência Primária Congênita – que visa o auxílio aos pacientes para que não sofram o que sofri com a falta de diagnóstico e de medicamentos. Estudiosa, participa de congressos nacionais e internacionais sobre a Imunodeficiência Primária Congênita, numa troca contínua de experiências.

Acredito que você que lê esta história, em algum momento tenha se identificado. A ANPIC hoje é uma grande família. Somos em média 300 pacientes diagnosticados e medicamentados.

Priscilla Hosana Ferreira Reis